Caso Isadora: Homem é condenado a 12 anos de prisão por matar modelo gaúcha em SC
05/09/2025
(Foto: Reprodução) Acusado de matar modelo gaúcha será julgado em setembro em SC
Paulo Odilon Xisto Filho foi condenado a 12 anos de prisão por matar a namorada e modelo gaúcha Isadora Viana Costa, de 22 anos. O julgamento teve início na quarta-feira (3) e terminou na madrugada desta sexta (5). O réu teve negado o direito de recorrer em liberdade e foi encaminhado à prisão para cumprir a pena.
O crime aconteceu em Imbituba, no Sul de Santa Catarina, em 2018. Segundo o Ministério Público (MP), o homem imobilizou a jovem e passou a agredi-la, causando trauma abdominal e a ruptura da veia cava em decorrência da violência física.
Além da condenação por homicídio qualificado por feminicídio, ele também perdeu o cargo público de tabelião. Em nota, a defesa afirmou que respeita a soberania do Conselho de Sentença, mas lamenta a decisão (leia a íntegra da nota mais abaixo).
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As provas que levaram a condenação do homem foram apresentadas pela Promotora de Justiça Patricia Zanotto e pelo Promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin, que integra do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI).
Conforme o julgamento, Xisto Filho matou após ela ter revelado à irmã do réu que ele fazia uso excessivo de drogas e bebidas alcoólicas. O acusado chegou a ser preso duas vezes, em 2018 e 2019, mas respondeu parte do processo em liberdade.
No julgamento, os jurados também ouviram a família da jovem morta. A irmã gêmea de Isadora, Mariana Viana Costa, lembrou a falta da companheira de vida. “A Isadora era a minha melhor amiga e eu nunca mais vou poder ter ela na minha vida. Isso que a gente lembra todos os dias. Uma dor que vai ficar para sempre".
Modelo gaúcha Isadora Viana Costa, morta aos 22 anos em Santa Catarina
Arquivo/g1 SC
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Como os dois se conheceram e crime
Conforme o MP, o acusado conheceu Isadora em Santa Maria (RS), onde ela nasceu, em março de 2018, quando começaram a namorar. Em 22 de abril de 2018, a jovem aceitou o convite para passar uns dias no apartamento do namorado, em Imbituba.
O crime ocorreu na manhã de 8 de maio de 2018. Após uma noite de consumo de álcool e drogas, Isadora telefonou, por volta das 6 horas, para a irmã do réu pedindo que fosse até a casa dele, relatando que o namorado passava mal. O pedido de socorro teria irritado o acusado, porque assim sua família saberia do consumo de drogas.
"Cerca de 30 minutos depois, após a saída da irmã e do cunhado da casa, o réu imobilizou a jovem e passou a agredi-la, causando trauma abdominal e a ruptura da veia cava em decorrência da violência física. A perícia afastou a hipótese levantada pela defesa de que Isadora teria morrido em razão de overdose", informou o MP.
Mesmo diante da gravidade das agressões, o homem demorou para pedir socorro. Entre 7h15 e 7h30, ligou duas vezes para um amigo médico, relatando que a namorada estava convulsionando, e apenas depois acionou o serviço de emergência. Quando os socorristas chegaram ao apartamento, Isadora não apresentava sinais de convulsão, mas estava inconsciente.
Encaminhada ao hospital, a jovem não resistiu. O médico responsável, ao constatar que a situação do corpo não correspondia à versão narrada pelo acusado, acionou imediatamente a Polícia Civil, dando início às investigações que culminaram na condenação.
Durante o julgamento, amigas da vítima também relataram episódios em que Isadora demonstrava medo diante do consumo excessivo de álcool e drogas pelo réu. Delegados que atuaram no caso também foram ouvidos.
Isadora morreu após sofrer golpes no abdômen, informou laudo do IGP
reprodução Facebook
O que disse a defesa do réu
A defesa, patrocinada pelos escritórios Aury Lopes Jr e Ércio Quaresma, respeita a soberania do Conselho de Sentença, mas lamenta profundamente que, apesar do vasto e inequívoco conjunto probatório produzido nos autos, tenha resultado na condenação do réu. A defesa também ressalta que todas as provas apontavam para a sua inocência e que diante irá recorrer.
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