'Cogumelos mágicos': grupo usava mutação genética dos fungos para intensificar efeito, diz Polícia do DF
05/09/2025
(Foto: Reprodução) Cogumelos apreendidos durante operação da polícia do DF em 8 estados
A organização criminosa presa nesta quinta-feira (4) por vender "cogumelos mágicos" usou equipamentos laboratoriais sofisticados fazer a mutação genética dos fungos, afirma a Polícia Civil do Distrito Federal.
Segundo a investigação, a mutação era feita na espécie Psilocybe cubensis e permitia uma droga com mais psilocibina.
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🔎 Psilocibina: substância psicodélica que altera a percepção sensorial, a noção de tempo e espaço e pode provocar experiências emocionais e visuais intensas. Ela é proibida pela Anvisa.
Mutação 'enigma', que cresce como uma massa densa, em formato de coral
PCDF
A polícia destaca que uma das mutações realizadas era a "enigma" – que, ao contrário dos cogumelos convencionais, cresce em formato de massa densa, semelhante a um coral, e não produz esporos (veja foto acima).
Por exigir clonagem para propagação e condições de cultivo específicas, a "enigma" pode ter um preço até duas vezes maior que as demais variedades.
Veja abaixo outras quatro variedades do Psilocybe cubensis ofertadas pela quadrilha:
Variedades do Psilocybe cubensis ofertadas pela quadrilha
PCDF
Variedades do Psilocybe cubensis ofertadas pela quadrilha
PCDF
Mais de 3 mil pacotes de cogumelos foram apreendidos durante a operação na quinta.
A Polícia Civil informa que o material vai passar por perícia no laboratório de Criminalística de Brasília, que irá determinar todas as substâncias presentes na droga.
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reprodução
Segundo o delegado Waldek Facchinelli, a maior parte dos cogumelos era adquirida pela internet e vinha da China.
“Esses cogumelos são, na verdade, culturas exóticas, que vêm de outros países. Com o comércio eletrônico se consegue facilmente o que se chama de cultura líquida. Não são plantas, são fungos. Então, as pessoas conseguem adquirir eles e passam a produzir ilegalmente”, disse Facchinelli.
9 pessoas presas
A operação aconteceu de quinta-feira no Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pará, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo.
Nove pessoas foram presas preventivamente:
2 foram presos em Taguatinga e Águas Claras, no Distrito Federal. Ambos são universitários;
6 foram presos em Curitiba e Campo Magr, no Paraná;
1 foi preso em Santo André, em São Paulo.
O grupo movimentou R$ 26 milhões em apenas um ano, segundo as investigações.
Eles devem responder à Justiça por seis crimes diferentes:
curandeirismo.
promoção de publicidade abusiva;
disseminação de espécies que possam causar dano à agricultura, à pecuária, à fauna ou aos ecossistemas;
integração em organização criminosa;
lavagem de dinheiro;
tráfico de drogas qualificado;
A polícia informou que prisões em flagrante também aconteceram durante a operação, mas o número ainda não foi informado.
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