Estudantes da Unochapecó desenvolvem órteses funcionais por meio da ABEx
02/09/2025
(Foto: Reprodução) Aliar conhecimento teórico com experiência prática é um dos objetivos da Unochapecó com a ABEx (Aprendizagem Baseada em Experiências), componente curricular presente em todos os cursos da Universidade. Por meio desta iniciativa, articulam-se teoria, prática, extensão e conhecimento técnico, desafiando os estudantes a resolver situações-problema apresentadas pela sociedade ou por diferentes cursos da Universidade desde o primeiro semestre.
Esse processo possibilita o desenvolvimento de competências conectadas à realidade regional, ao mesmo tempo em que amplia a formação cidadã e reforça o papel transformador da Instituição na sociedade.
ABEx conecta universidade e comunidade em iniciativas que transformam conhecimento técnico em soluções reais
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Um dos exemplos está no curso de Engenharia Mecânica, em que os estudantes criaram órteses — dispositivos externos que auxiliam ou corrigem funções do sistema neuromúsculo-esquelético — personalizadas para um paciente com sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). O projeto foi conduzido por estudantes do terceiro período dentro da disciplina ABEx III – Projetos Mecânicos em Ação I.
Órteses personalizadas, produzidas em impressão 3D, trouxeram alívio e conforto a paciente com sequelas de AVC
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A iniciativa partiu de uma demanda apresentada pela fisioterapeuta e professora da Instituição, Mirian de Oliveira Mattos. A partir do desafio proposto, a turma desenvolveu duas órteses: uma estática, para estabilização e alinhamento postural; e uma dinâmica, com articulações móveis e sistema de molas para auxiliar na extensão dos dedos. Os dispositivos foram personalizados e testados, trazendo resultados positivos e melhorando a qualidade de vida do paciente.
Como foi desenvolvido o projeto
Os estudantes do curso de Engenharia Mecânica utilizaram ferramentas de modelagem 3D e manufatura aditiva (impressão 3D em PLA) para desenvolver a solução, pensada para ousuário final. O professor André Luiz Grando Santos, responsável pela disciplina, destaca que essa é uma oportunidade para transformar conhecimento técnico em projetos que atendem diretamente às necessidades da comunidade.
— Esses projetos reforçam o compromisso da universidade com a comunidade. Os estudantes aplicam o que aprendem em sala, mas também desenvolvem empatia, ética e responsabilidade social — afirma.
A professora Micheli Zanetti, especialista em fisioterapia, acompanhou todo o processo de forma multidisciplinar pessoal, já que o paciente beneficiado foi seu pai. Para ela, a dedicação dos estudantes superou as expectativas.
— Foi emocionante ver o empenho dos alunos. Eles escutaram a história da doença, buscaram conhecimento além do que a disciplina exige. O cuidado deles foi tão grande que até personalizaram a órtese com o nome do meu pai e o símbolo do time dele — conta.
O pai de Micheli teve um AVC, que resultou em fortes dores e rigidez nas mãos. Ela conta que o uso dos dispositivos trouxe alívio da dor, conforto nos momentos de descanso e melhora na qualidade de vida.
— Com a órtese, a mão dele permanece aberta, o que reduz a tensão muscular. Isso foi um ganho enorme no cotidiano — completa Micheli.
Resultado com base em testes
Durante o processo, os estudantes realizaram ensaios de resistência, ajustes de modelagem, testes de materiais e inúmeras adaptações pensando no conforto, na funcionalidade e na facilidade de uso dos dispositivos.
As avaliações, feitas entre os próprios estudantes, pela fisioterapeuta parceira e pelo paciente, confirmaram a boa funcionalidade e ergonomia das órteses. Além disso, os testes foram favoráveis no conforto durante o uso prolongado, qualidade estética e atenção aos detalhes.
Aprendizado com propósito
A experiência deixou marcas profundas nos estudantes envolvidos. Osmar Macagnan, um dos estudantes que se envolveu no projeto, reforça a importância de começar do zero e entender que cada solução precisa ser adaptada à realidade de quem vai utilizá-la.
— Tivemos que planejar tudo, buscar soluções, errar, corrigir e ir aprendendo no processo. A cada etapa, surgiam dúvidas novas e, com a orientação do professor, fomos entendendo na prática como pensar um projeto voltado para atender um problema real — relata.
Já o estudante Lucas Tortelli reforça o impacto que a vivência teve sobre sua formação e o senso de responsabilidade diante de um projeto com implicações diretas na vida de alguém.
— Participar da equipe foi uma vivência desafiadora e enriquecedora. Estar envolvido em um projeto que influencia diretamente a qualidade de vida de um paciente aumentou ainda mais nosso senso de responsabilidade — conta.
Participe da ABEx
Sua empresa ou organização tem um desafio? Os estudantes da Unochapecó, orientados pelos professores, podem ajudar a desenvolver soluções inovadoras. Acesse uno.edu.br/abex, saiba como participar e veja como a metodologia tem gerado impacto positivo na comunidade.